domingo, 1 de janeiro de 2012

A guerra dos consoles

O primeiro dia do ano me fez pensar uma coisa: Por que existe uma "guerra de consoles"?

Desde que o vídeo game foi criado existe uma "guerra" para mostrar qual é o melhor console. Atari 2600, Nes, Master Sistem, SNes, Mega Drive, Neo Geo, Saturn, PSone, N64, GameCube, X-box, Wii, PS3, X360... A lista vai longe.
O que quero dizer é, essa disputa - prefiro essa palavra a guerra - é necessária até para a própria evolução da indústria. Basta ver os controles dos tempos do Atari 2600 e hoje com o Wii Remote e o Kinect.
Mas o que me deixa talvez apreensivo é essa busca predatória pelo primeiro lugar, mas não basta ser o primeiro, tem que ser o único. Nos anos 90 existiam vários consoles, uns com qualidades altíssimas, outros nem tanto. Mas é fácil dizer que era mais divertido assim. Uns tinham o Mega Drive, outros um Super Nintendo, já outros tinham um GameBoy tijolão, conectavam um fone de ouvido e se divertiam mais que um dono de PS1 ou N64. Eu mesmo conheci um vizinho em um bairro que morava quando criança que tinha um GameBoy monocromático e era a melhor coisa pra ele.
Enfim, existiam vários consoles para vários gostos. E gosto não se discute, afinal a Nintendo lançou o N64 com diversos "sabores": Kiwi, Laranja, Uva, Jabuticaba...

Eu tento ver a indústria dos games como a de automóveis. Existem várias fabricantes, GM, Ford, VW, Fiat, Peugeot, e claro, todas querem ser a Nº 1, mas todas têm seu público. Uns gostam de esportivos velozes, outros de minivans, outros compram populares e tem ainda os ultra-ricos que só se satisfazem com uma Ferrari, Lamborghini ou um Pagani Zonda na garagem. São inúmeras fabricantes para inúmeros compradores.

Nos games a coisa é diferente. Não tem como essa coexistência acontecer. Lembro-me com tristeza de quando li em uma revista que a Sega tinha desistido de fabricar consoles amigos meus vibraram dizendo: "SIM! O PlayStation é o melhor! A Sega não aguentou!"
Pra um jogador qualquer isso é a sobrevivência do mais forte, mas pra mim é só a destruição da p´ropria indústria.

Sabem o "Crash" dos Vídeo Games em 1983? Então...

Pelo que li sobre o Crash de 83, muito foi pela qualidade dos jogos lançados. Claro que estamos anos-luz à frente em tudo, mas a coisa não é  muito diferente. Pense na geração PS2 e cia...
Quando a disputa era entre PsOne e Saturn, a questão era os bits - que eu nunca entendi na real como funcionava, sabia apenas que quanto mais bits, melhor o console - e a Nintendo lançou o Nintendo 64. NOSSA! 64 Bits? Caramba! Ai veio a Sega e seu Dreamcast com "128 Bits" Uau!
Quando o Dreamcast saiu de cena, deixando o trio PS2/ X-Box/ Gamecube, a coisa desgringolou. Já não era só o talento que valia, pois do contrário, a Nintendo continuaria na liderança. Era os gráficos que valiam. Quanto mais real, melhor o jogo! Claro, tivemos gratas surpresas, como God of War, Resident Evil 4 ou Halo, mas era tudo uma questão de gráfico/processador.
A Nintendo sofreu muito com isso, pois seu console era voltado pra diversão e não tinha como disputar com a concorrência.
Os jogos cada vez mais eram iguais, no "estilo" Resident Evil, Medal of Honor. Se retirarmos os jogos exclusivos do PS2 e do X-Box, os consoles eram iguais, então não importava se era um ou outro, poderíamos jogar Prince of Persia em qualquer um... A evolução dos consoles conseguiu até mesmo mandar pra UTI um dos gêneros mais amados de todos: os jogos de luta.
Ninguém queria mais soltar hadoukens, queria era matar aliens com uma metranca poderosa, ou correr em Laguna seca com um carro que beira a perfeição.

Não estou dizendo que a indústria estava errada, longe disso. Digo é que era necessário inovar, diferenciar. Ao contrário do que alguns podem dizer, o diferente atrai...

Uma das ideias mais geniais que já vi oi a guitarra-controle de Guitar Hero. É fantástica a sensação de jogá-lo empunhando a guitarra. E eram assim as pistolas dos Saturn, dos Arcades...

Tudo melhorou na geração seguinte. A Nintendo, talvez por entender que não suportaria bater de frente com Sony e Microsoft, decidiu inovar. Revolucionar. Lançou o Wii, com seu controle esquisito, diferente de tudo o que já tínhamos visto, mas que é uma garantia de diversão. Aqueles que são cegos, fãs de PS2/PS3 podem até torcer o nariz, dizer que não gostam da ideia, mas a própria sony lançou o PSMove...
 E o que dizer do Kinect?

Acredito que a indústria tenha entendido o recado da Nintendo de que é preciso inovar e não apostar apenas em gráficos e multiprocessadores Cell, e que daqui pra frente a coisa vá ficar cada vez mais interessante, mas ainda não consigo entender por que os vídeo games não podem ser como os carros. Afinal, se existisse mais consoles, existiriam mais formas de diversão. E nem adianta dizer que um vídeo game é caro. Sim, eles são, mas muito disso é justamente pela falta de opção. Se só existem três consoles, quem quiser jogar deverá comprar um deles. Basta ver que muito das vendas gigantescas do Wii se devem além do fato da inovação dos controles ao preço mais baixo. Se não fosse por isso, por que Sony e Microsoft lançariam diversas versões com HD´s de 30Gb, 180Gb 320Gb? Preço faz parte do negócio...



Eu, pessoalmente, gostaria que tudo fosse desse jeito, com várias empresas, vários consoles. Quem sabe o que a Sega faria com um Dreamcast 2, ou a SNK com um Neo Geo fabricado hoje e dia. Hum... a SNK não sei se dá pra colocar nesta lista, afinal, ela lançaria apenas King of Fighter e Metal Slug...

3 comentários:

  1. É o instinto humano de sempre ter que se dar bem em cima dos outros, patético. Lembro que na 5ª geração eu tinha acesso a todos os consoles porque cada amigo meu tinha um vídeo-game diferente, então conseguiamos jogar vários jogos. Mas embora a indústria de um modo geral tenha sua parcela de culpa neste sistema predatório, é uma coisa que sempre falo: quem define o mercado somos nós jogadores, as coisas nada mais são que um reflexo de pensamento da maioria.

    Agora só uma correção, em termos de gráficos, poder de processamento e tudo mais, o PS2 é o terceiro de sua geração, sendo que a ordem foi: X-Box, GameCube, PS2 e Dreamcast. O sucesso do console da Sony se deu por "N" motivos que dava pra escrever um texto só deles, mas melhores gráficos com certeza não foram.

    Curioso também sobre a 6ª geração, é que nela a Nintendo apostou em um console parrudo e bem tradicional, que são as coisas que o Wii não foi e motivo de tantas críticas... vai entender esse povo né.

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  2. Obrigado pela correção...
    O que eu quis dizer não foi em cima de uma plataforma em sim, embora eu tenha frisado os 2 consoles, e sim que a produção devia ter "gráficos de estraçalhar mandíbulas" (li essa em algum lugar, mas não lembro onde). Tinha que ser algo sempre nível God of War 2, Resident Evil 4...

    Quanto aos "n" motivos do PS2, bem, eu sei que são vários, mas mesmo sendo fã da Nintendo devo admitir que ter um Final Fantasy XII, ou os games da série Metal Gear fizeram muita diferença.

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  3. Hwa hwa hwa, gráficos de estraçalhar mandíbulas foi foda, rzs. E Metal Gear pelo menos teve um sim, o remake do primeiro da série "Solid" para o Cubo, mas fato que faltaram alguns títulos de peso por parte de terceiros.

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