domingo, 29 de maio de 2011

PECADOS



Brilhou mais bela a lua em teu surgir
Quando tua mãe a vida presenteou
Dando a ti a luz divina no suspiro
E em tua boca pode-se ouvir tamanho grito
E teu pai, aquele néscio, não escondo
Cujas calejadas mãos a morte entorna
Olhou a ti por um menino desejou
Intentando lançar-te ao rio, pois imprestável, não tinhas valor

Mas quis o desejo do alto se mostrar
Baixando a ti dom que raramente dele havia
De tão bela teu semblante a muitos impressionava
E aos doutos, teus lábios encantavam
Sendo ainda jovem quis teus desejos aquietar
Quando se entregou apenas a um
Deixando órfãos muitos que apenas te desejaram

Já no fim de sua trilha, teu pai lembrou-se de ter filha
E desta única semente de seu ser, enrubesceu por sua falha
E deste velho moribundo de arcos dedos
 Cuja boca se espelha aos nascidos
Ouviu ditos terceiros que não faziam sentido
Pois deste, nunca dantes tinha ouvido

Mas sua graça se assemelha ao teu coração
Que tão grandioso, transborda teus sentidos
E teus olhos inundados, teu sorriso resplandece
E aos ouvidos de teu genitor tuas palavras descem
E ao falar não há mais dúvida
Que o tempo a ti foi professor
Ensinando o que realmente há de valor
Pois deste mundo lembraremos apenas da dor

E pouco depois teu pai aos dele se juntou
Levando o perdão, um sorriso e uma lágrima
Antes disso, o pobre indo, conheceu quem tu és
E teus filhos ao ancestral não hão de chorar
Por não tê-lo conhecido, talvez, por não amar
E as moedas tu já destes ao barqueiro
Pois seus pecados chorados fizeram do rio um mar...

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