domingo, 3 de junho de 2012

Shenmue - Finalmente terminei

Após longos anos de espera - pelo menos 10 deles - Eu finalmente cheguei ao fim de um jogo que desejava muito jogar. E não falo desejar por desejar, eu sonhava com o game, imaginava cada parte e olhava para as fotos e vídeos da net pensando em como seria jogá-lo. Sim, eu sei que parece exagero, principalmente porque vivemos na era da pirataria e emulação, mas acreditem, eu nunca consegui emular o Dreamcast direito. Mas até eu conseguir rodá-lo a coisa andou bastante...



Senta que lá vem historia...

Lá nos primeiros anos da década de 2000 eu conheci o Dreamcast, videogame parrudo da Sega que tinha a intenção de chutar a bunda da concorrência, mas o chute saiu torto. Tudo bem, ele já havia sido lançado, mas como eu tinha um Super Nintendo e meus amigos tinham o Play Station 1 - e demorariam para ter o PS2 - quando eu soube do Dreamcast apenas babei. Nós estávamos acostumados com o SNes e o PS1 com seus jogos "quadradões" - e que babávamos, por sinal - até que um amigo me falou: "João! Eu joguei o Dreamcast. Era um jogo de Tênis e o cabelos dos jogadores mexiam!!" Hoje em dia a molecada reclama quando vê algum serrilhadinho na tela, ou se a imagem não está colorida o bastante, ou até mesmo se um carro não tem tantos detalhes quanto na vida real, mas naquela época eu babava se a bola do futebol era redonda mesmo. E quem não se espantava com a "semelhança" do Ronaldo Fenômeno nos Winning Elevens de PS1? E olha que ele era igualzinho à todos os outros do jogo, o que aliás, não tinha NADA parecido com o real, mas, enfim...

O caso é que eu queria por que queria um Dreamcast para poder jogar seus jogos, principalmente Shenmue, que conheci lendo uma edição da revista Gamers. Demorou mas consegui, só que faltava o jogo e o VMU para salvar o mesmo. Encurtando a história, no fim do ano passado eu consegui ambos e poderia jogá-lo finalmente.

O que eu achei...

Bem, hoje eu sei que o PS2 tem jogos mais bonitos que ele, o que é natural devido a longevidade do console da Sony, e eu acredito que se o Dreamcast sobrevivesse por mais tempo teria pérolas de igual valor. Porém, eu olhei para Shenmue com "olhos daquela época" e me impressionei com tudo que ele me apresentou. Os gráficos são ótimos, ricos em detalhe, que mesmo não sendo polidos ao extremo, são muito bem retratados. Além disso, as expressões faciais, embora limitadas, são muito boas, isso sem contar a quantidade de vozes e efeitos sonoros.

Mas como nem tudo são flores no reino dos cogumelos, eu confesso que me irritei com os objetos surgindo "do nada", e não falo do cenário sendo construído - como em Daytona USA do Saturn, por exemplo. Os objetos surgem ao lado de Ryo sem qualquer aviso. Durante o jogo até que não tem problema, mas quando estamos guiando a empilhadeira isso irrita bastante, afinal, temos que voltar e desviar de algo que se "teletransportou" para nossa frente.



Mas fora isso, tudo o mais é ótimo, bem pensado e encaixado, fazendo até com que eu me impressionasse, principalmente com a passagem do dia para a noite, com a iluminação caindo até que a iluminação pública é acesa. Eu sei que Zelda já fazia algo assim no Nintendo 64 influenciando bastante no jogo, mas em Shenmue isso também é bacana.

O jogo...


Num belo dia, vindo sabe-se lá de onde, Ryo assiste a morte do pai pelas mãos do misterioso Lan Di. E com toda a tipicidade dos filmes dos anos 80, ele toma a causa justiceira de caçar o responsável pela morte de seu pai e fazê-lo pagar. O que ele deve fazer? Bem, vejamos: Nos filmes a personagem principal deve caçar o vilão, lutar contra seus capangas e no fim chutar o traseiro do assassino até que ela peça penico. Então é simples: Ryo deve ganhar experiência, perguntar para um ou para outro até descobrir o paradeiro do vilão, certo? Mais ou menos. Ele até ganha experiência, colhe pistas e tal, mas ele também deve arranjar um emprego. 

Durante a história ele conhece algumas figuras interessantes como Tom, o vendedor de cachorro-quente que tem um irmão gêmeo que trabalha nos docas e também se chama Tom, além de Nozomi, que quer dar uns "pegas" no Ryo mas tem vergonha de falar. Se ela soubesse que ele nem toma banho...
Tom. Quantos dele existem?

Pois bem, ele luta contra alguns, descobre alguns planos "infalíveis" e chega ao final do jogo sem poder dar um chute na bunda do tal Lan Di.

Vale ressaltar que o game é recheado de QTE´s (quick time event) que são acionados em momentos especiais. Sabe aqueles momentos em God of War quando você tem que apertar um botão na hora certa, ou girar a alavanca analógica? É mais ou menos assim, mas em Shenmue é mais legal- e não destrói o controle...

No jogo, também, descobri que a loja "Tomato" quer dominar o mundo. Além de ter uma em Dobuíta e   outra no porto, quando eu passei pela fase em que Ryo guia a moto para salvar Nozomi, que foi sequestrada, pude ver uns 7 ou 8 mercadinhos na mesma rua...


Valeu a pena?

Bem, se eu disser que não é mentira, o jogo é muito bom. Só que eu admito que me surpreendi negativamente. É que eu sempre pensei que as partes em que tem luta a ação seria mais rápida e solta - acho que por conta da influência do supracitado "God of War". Em Shenmue tudo é mais cerebral e dependendo do oponente apenas um chute bem dado já basta, principalmente no final do 3º GD quando temos que enfrentar exatos 70 oponentes. 
Mas mesmo assim o jogo está longe de ser ruim, mas ainda devo dizer que não é tudo o que eu esperava. Como eu disse, eu esperava ação desenfreada, golpes fantásticos e muito sangue. (ê God of War).

Shenmue é um jogo totalmente diferente de tudo o que eu já joguei, positiva e negativamente, mas mesmo assim é, sem dúvida, um dos meus jogos favoritos e me deixou com gostinho de quero mais. Sei que tem a continuação para o próprio Dreamcast, mas Shenmue 3 parece utopia, sei lá...
                         



7 comentários:

  1. Shenmue é um jogo bacana que eu curti muito quando joguei, mas é um pouco menos do que alardeiam. Engraçado você comentar sobre os objetos aparecendo do nada, não lembro de rolar isso comigo quando tava jogando. Eu curti o estilo de luta dele, é bem técnico e tem uns movimentos muito bacanas, a luta contra os 70 caras no final é uma das melhores mesmo. O segundo é bom também e vale a pena, mas é foda jogar algo que você sabe que não vai chegar no final de verdade.

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  2. Fala Tchulanguero!

    Rapaz, gostei bastante do jogo, mas eu esperava mais, agora, que a as lutas mais técnicas são boas isso não tem nem o que falar, neh? Fico imaginado como seria a luta contra o Lan Di, com aqueles movimentos que ele faz na cena de abertura contra o pai de Ryo...

    Quanto aos objetos surgindo, a coisa acontece mais no fim do jogo. Nos primeiros 2 GD´s eu não vi nada tão grosseiro, mas no terceiro acontece quando a gente tem que carregar as caixas enquanto trabalha no porto. Eu me irritei bastante com isso, por que eu me perdi várias vezes até pegar o jeito do trajeto, ai uma empilhadeira aparece do nada na nossa frente, ai a gente tem que parar, voltar e desviar. O que irrita também é o barulho que o Ryo faz quando bate na empilhadeira que surge: "UH!". Ai, quando você desvia a outra empilhadeira simplesmente desaparece... E isso aconcetece também com algumas pessoas que surgem "do nada".

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    1. No segundo tem umas lutas muito bacanas... aliás, o segundo deixa o primeiro parecendo uma demo um pouco maior.

      Agora esse problema das coisas aparecendo do nada eu não lembro mesmo, pelo menos no Dreamcast rodou belezinha.

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  3. Finalmente terminou Shenmue? E eu finalmente consegui ler o texto! huahua
    Esses dias ouvi algumas coisas sobre o jogo. Já tava curioso para conhecê-lo, agora estou mais ainda.
    Bem que poderiam lançar uma conversão dele para os consoles atuais. Até pq eu também não consigo emular Dreamcast! hehehe
    Cara, que lembrança boa a do "cabelo mexia", os tempos são realmente outros.
    Acho que vc jogou o jogo da forma mais correta e justa, com "olhos daquela época". Seria muito injusto querer compará-lo com concorrentes mais recentes ou até de outras gerações.
    Se entendi bem, Shenmue nas batalhas é mais estratégia do que ação então? Talvez eu tenha ficado mais interessado ainda agora. Não que eu não goste de God of War, pelo contrário, adoro o jogo e todos os outros que o imitam. Mas um lance em que vc tem que se preocupar mais em dar um chute bem dado do que ficar apertando o botão de ataque feito um maluco me interessa mais.
    O Shenmue 2 vc vai jogar?
    O terceiro parece utopia sim, acho pouco provável surgir brevemente. Se surgir os dois em HD, é capaz que tenha um terceiro saindo. Pelo menos isso será dito por um monte de gente, malditos rumores! hahaha!
    Muito bom o texto, João!
    Abraço

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    1. Fala, Caduco!!

      Cara, Shenmue é muito legal. Eu sou suspeito para falar, mesmo por que eu queria jogá-lo há muito tempo, e acho que vou jogar de novo, por que fatos que eu conheci na época que li a respeito do jogo (como na revista Gamers, já citada) nem cheguei a ver. E vale a pena...

      Quanto ao "cabelo mexia", bem, naquela época o que tínhamos era uma Lara Croft toda quadrada que uns amigos meus tinham até poster dela na parede, então o Dreamcast foi impressionante mesmo, ao menos para mim.

      Jogar o jogo com "olhos daquela época" era o mínimo que eu podia fazer, muito mais em respeito à mim que queria muito jogar o game do que qualquer coisa. Imagina eu tentando compará-lo a um Uncharted, Assassins Creed ou mesmo God of War. Seria injusto e eu me enfadaria...

      As batalhas são mesmo estratégicas, mas eu acho que as batalhas em QTE são mais legais. Tipo, tem uma hora em que Ryo enfrenta uns marinheiros americanos e sai um comando na tela com "B", "A", ou "esquerda" (esse marcado com uma seta, ok?), às vezes dá um certo ar de superioridade bacana ao Ryo. Cara, só jogando pra dizer, mas é muito legal. Na batalha dos 70 oponentes, pouco antes Ryo aprende um "chute giratório" que basta só um para derrubar um oponente, às vezes até dois ou três ao mesmo tempo, e a vida da personagem é marcada por um medidor circular que vai diminuindo conforme vai apanhando, mas que se regenera quando Ryo descansa, então um golpe bem dado pode dar tempo para descansar e assim aumentar o medidor. Ah, eu até saia correndo para ter uma distância confortável e dar tempo de encher um pouco o "life" dele, rssr.

      Shenmue 2? Bem, já peguei, mas estou com um problema nervoso. Todo jogo de PSX que eu baixo gravo numa boa. Para você ter uma ideia, desde que regulei o meu PSX já gravei uns 40 jogos e NENHUM deu problema. Para Saturn eu ainda perco uma mídia ou outra, mas na média está tudo ok. Agora, o Dreamcast está quase impossível. Não consigo gravar nenhum, e não importa, nem "selfboot" nem usando o "Utopia boot disc", não consigo nada. E como agora estou impossibilitado de comprar o jogo original por qualquer preço, tem que ser assim. Eu sei que foi lançado também para XBox 1, acho que preciso de um, mas já viu os preços praticados no ML?

      E a história de que sairia o 1 e 2 para Xbox 360 e PS3, será que é verdade? Em HD? Agora, mesmo assim, não creio que saia um 3º episódio, e se sair, será que seria tão bem cuidado??

      Abraço... T+

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  4. Aê cara, beleza! Não dá pra se esperar ação desenfreada do Shenmue, até porque ele é um RPG. E pra gravar as mídias, primeiro você monta o arquivo baixado, geralmente em formato .cdi, depois utiliza o Clone CD pra fazer a cópia em modo direto, tirando do drive virtual e passando já pro CD, sempre faço assim e nunca tive problema, aliás, sempre faço isso com qualquer imagem de qualquer coisa, seja software, game ou vídeo.

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    1. E aeh, beleza!

      Você fala de gravar copiando do disco virtual? Isso nunca tentei, eu sempre gravo direto mesmo. Mas valeu a dica! Vou tentar e escrevo aqui se deu certo...

      Obrigado... T+

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